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Considera-se
impacto ambiental qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam
a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas;
a biota, as condições estéticas
e sanitárias do meio ambiente; a qualidade
dos recursos ambientais.
Segundo o Artigo 1º da Resolução
n.º 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), Impacto Ambiental é "qualquer
alteração das propriedades físicas,
químicas, biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que afetem diretamente
ou indiretamente:
A saúde, a segurança, e o bem estar
da população;
As atividades sociais e econômicas;
A biota;
As condições estéticas e sanitárias
ambientais;
A qualidade dos recursos ambientais"
Portanto, a definição de Impacto Ambiental
está associada à alteração
ou efeito ambiental considerado significativo por
meio da avaliação do projeto de um determinado
empreendimento, podendo ser negativo ou positivo (Bitar
& Ortega, 1998).
Podemos diferenciar os impactos ambientais em escala
local, regional e global. Podemos também separá-los
naqueles ocorridos em um ecossistema natural, em um
ecossistema agrícola ou em um sistema urbano,
embora um impacto, à primeira vista ocorrido
em escala local, possa Ter também conseqüências
em escala global. Por exemplo, a devastação
de florestas tropicais por queimadas para a introdução
de pastagens pode provocar desequilíbrios nesse
ecossistema natural: extinção de espécies
animais e vegetais, empobrecimento do solo, assoreamento
dos rios, menor índice pluviométrico,
etc., mas a emissão de gás carbônico
como resultado da combustão das árvores
vai colaborar para o aumento da concentração
desse gás na atmosfera, agravando o "efeito
estufa". Assim, os impactos localizados, ao se
somarem, acabam tendo um efeito também em escala
global. Veremos agora os principais impactos ambientais
no mundo hoje:
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Desmatamento
de florestas
As principais conseqüências do desmatamento
são:
- Destruição da biodiversidade;
- Genocídio e etnocídio das nações
indígenas;
- Erosão e empobrecimento dos solos;
- Enchente e assoreamento dos rios;
- Diminuição dos índices pluviométricos;
- Elevação das temperaturas;
- Desertificação;
- Proliferação de pragas e doenças.
A primeira conseqüência do desmatamento é
a destruição da biodiversidade, como resultado
da diminuição ou, muitas vezes, da extinção
de espécies vegetais e animais. As florestas
tropicais tem uma enorme biodiversidade e um incalculável
valor para as futuras gerações. Muitas
espécies que podem ser a chave para a cura de
doenças, usadas na alimentação
ou como novas matérias-primas, são totalmente
desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o
risco de serem destruídas antes mesmo de conhecidas
e estudadas. Esse patrimônio genético é
bastante conhecido pelas várias nações
indígenas que habitam as florestas tropicais,
notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades
nativas também estão sofrendo um processo
de genocídio e etnocídio que tem levado
à perda de seu patrimônio cultural, dificultando,
portanto, o acesso aos seus conhecimentos. |
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Um
efeito muito sério, local e regional, do desmatamento
é o agravamento dos processos erosivos. A erosão
é um fenômeno natural, que é absorvido
pelos ecossistemas sem nenhum tipo de desequilíbrio.
Em uma floresta, as árvores servem de anteparo
para as gotas das chuvas, que escorrem pelos seus troncos,
infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a
velocidade de escoamento superficial, as árvores
evitam o impacto direto das chuvas como o solo e suas
raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua
desagregação. A retirada da cobertura
vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As
conseqüências dessa interferência humana
são várias:
- aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento
dos solos, como resultado da retirada de sua camada
superficial e, muitas vezes, acaba inviabilizando a
agricultura;
- assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação
da sedimentação, que provoca desequilíbrios
nesses ecossistemas aquáticos, além de
causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades
para a navegação; |
- extinção de nascentes: o rebaixamento
do lençol freático, resultante da menor
infiltração da água das chuvas
no subsolo, muitas vezes pode provocar problemas de
abastecimento de água nas cidades e na agricultura;
- diminuição dos índices pluviométricos,
em conseqüência do fenômeno descrito
acima, mas também do fim da evapotranspiração.
Estima-se que metade das chuvas caídas sobre
as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração,
ou seja, da troca de água da floresta com a atmosfera;
- elevação das temperaturas locais e regionais,
como conseqüência da maior irradiação
de calor para a atmosfera a partir do solo exposto.
Boa parte da energia solar é absorvida pela floresta
para o processo de fotossíntese e evapotranspiração.
Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida
para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas
médias;
- agravamento dos processos de desertificação,
devido à combinação de todos os
fenômenos até agora descritos: diminuição
das chuvas, elevação das temperaturas,
empobrecimento dos solos e, portanto, acentuada diminuição
da biodiversidade;
- redução ou fim das atividades extrativas
vegetais, muitas vezes de alto valor socioeconômico.
É importante perceber que, muitas vezes, compensa
mais, em termos sociais, ambientais e mesmo econômicos,
a preservação da floresta, que pode ser
explorada de forma sustentável, do que sua substituição
por outra atividade qualquer;
- proliferação de pragas e doenças,
como resultado de desequilíbrios nas cadeias
alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos,
antes em nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente
com a eliminação de seus predadores, causando
graves prejuízos, principalmente para a agricultura.
Além desses impactos locais e regionais da devastação
das florestas, há também um perigoso impacto
em escala global. A queima das florestas, seja em incêndios
criminosos, seja na forma de lenha ou carvão
vegetal para vários fins (aliás, a queima
de carvão vegetal vem aumentando muito na Amazônia
brasileira, como resultado da disseminação
de usinas de produção de ferro gusa, principalmente
no Pará), tem colaborado para aumentar para aumentar
a concentração de gás carbônico
na atmosfera. É importante lembrar que esse gás
é um dos principais responsáveis pelo
efeito estufa.
Acesse dados do desmatamento do Brasil: http://www.obt.inpe.br/prodes/ |
Poluição
com agrotóxicos
A padronização dos cultivos, ou seja,
o plantio de uma única espécie em grandes
extensões de terra - nos EUA, por exemplo, há
a predominância de determinada cultura em algumas
regiões do país, definindo os cinturões
(belts) do trigo (wheat-belt), do milho (corn belt),
do algodão (cotton belt), etc. -, tem causado
desequilíbrios nas cadeias alimentares preexistentes,
favorecendo a proliferação de vários
insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento
de seus predadores naturais: pássaros, aranhas,
cobras, etc. Por outro lado, a maciça utilização
de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais
insetos, tem levado, por seleção natural
(quando só se reproduzem os elementos imunes
ao veneno), à proliferação de linhagens
resistentes, forçando a aplicação
de inseticidas cada vez mais potentes.
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Isso,
além de causar doenças nas pessoas que
manipulam e aplicam esses venenos e naquelas que consomem
os alimentos contaminados, tem agravado a poluição
dos solos. A utilização indiscriminada
de agrotóxicos tem acelerado a contaminação
do solo, empobrecendo-o, ao impedir a proliferação
de microorganismos fundamentais para a sua fertilidade.
Acesse aqui Cartilha sobre Agrotóxicos: http://www.obt.inpe.br/prodes/
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Erosão
Outro impacto sério causado pela agricultura
é a erosão do solo, principalmente na
zona tropical do planeta. O revolvimento do solo antes
do cultivo desagrega-o, facilitando o carreamento dos
minerais pela água das chuvas. A perda de milhares
de toneladas de solo agricultável todos os anos,
em conseqüência da erosão, é
um dos mais graves problemas enfrentados pela economia
agrícola. O processo de formação
de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas,
é extremamente lento, daí a gravidade
do problema. Toda atividade agrícola favorece
o processo erosivo, mas algumas culturas facilitam-no
mais que outras. |
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O
combate à erosãoCom o objetivo de anular,
ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela
erosão em áreas agrícolas, foram
desenvolvidas técnicas.
- Terraceamento: consiste em fazer cortes formando degraus
- os terraços - nas encostas das montanhas, o
que, além de possibilitar a expansão das
áreas agrícolas em países montanhosos
e populosos, dificulta, ao quebrar a velocidade de escoamento
da água, o processo erosivo. Essa técnica
é muito comum em países asiáticos,
como a China, o Japão, a Tailândia; o Nepal,
etc.
- Curvas de nível: esta técnica consiste
em arar o solo e depois fazer a semeadura seguindo as
cotas altimétricas do terreno, o que por si só
já reduz a velocidade de escoamento superficial
da água da chuva.
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Para
reduzi-la ainda mais, é comum a construção
de obstáculos no terreno, espécies de
canaletas, com terra retirada dos próprios sulcos
resultantes da aração. Com esse método
simples, a perda de solo agricultável é
sensivelmente reduzida.
O
cultivo seguindo as curvas de nível é
feito em terrenos com baixo declive, propício
a mecanização. É comum em países
desenvolvidos, onde a agricultura é bastante
mecanizada: Grandes Planícies, nos EUA e no Canadá;
planície Champagne, na França; Grande
Bacia Australiana, etc.
- Associação de culturas: em cultivos
que deixam boa parte do solo exposto à erosão
(algodão, café, etc.), é comum
plantar, entre uma fileira e outra, espécies
leguminosas (feijão, por exemplo), que recobrem
bem o terreno. Essa técnica, além de evitar
a erosão, garante o equilíbrio orgânico
do solo.
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O
efeito estufa
O efeito estufe é talvez o impacto ambiental
que mais assusta as pessoas. Fazem-se previsões
catastróficas acerca do derretimento do gelo
dos pólos e das montanhas e a conseqüente
elevação do nível dos oceanos e
inundação de centenas de cidades litorâneas.
Talvez o que mais assuste no efeito estufa, ou melhor,
nas possíveis conseqüências de uma
gradativa elevação das médias térmicas
no planeta, é a tomada de consciência,
pela primeira vez na história, da possibilidade
de destruição do próprio homem.
Os impactos ambientais são "democratizados",
ou seja, passam a atingir todas as pessoas, sem distinção
de cunho econômico, social ou cultural: atingem
indistintamente homens e mulheres, ricos e pobres, operários
e patrões, negros e amarelos, desenvolvidos e
subdesenvolvidos, capitalistas e socialistas, liberais
e conservadores. Não há mais refúgio
seguro. |
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Todos
finalmente passam a Ter plena consciência do
óbvio: a Terra é finita e a tecnologia
não pode resolver todos os seus problemas.
Mas o que é esse tão temido e tão
falado efeito estufa? Antes de mais nada, é
fundamental enfatizar que se trata, na verdade, de
um fenômeno natural e fundamental para a vida
na Terra.
O efeito estufa, que consiste na retenção
de calor irradiado pela superfície terrestre,
pelas partículas de gases e de água
em suspensão na atmosfera, garante a manutenção
do equilíbrio térmico do planeta e,
portanto, a sobrevivência das várias
espécies vegetais e animais. Sem isso, certamente,
seria impossível a vida na Terra ou, pelo menos,
a vida como conhecemos hoje.
Assim, feita essa importante ressalva, o efeito estufa,
de que tanto se fala ultimamente, resulta, a rigor
de um desequilíbrio na composição
atmosférica, provocado pela crescente elevação
da concentração de certos gases que
têm capacidade de absorver calor, como é
o caso do metano, dos CFCs, mas principalmente do
dióxido de carbono (CO2). Essa elevação
dos níveis de dióxido de carbono na
atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis
fósseis e das florestas, desde a Revolução
Industrial.
Assim, segundo pesquisas feitas, admite-se que uma
duplicação na concentração
de dióxido de carbono na atmosfera pode provocar
uma elevação média de 3ºC
na temperatura terrestre, o que poderia elevar em
uns 20 centímetros, em média, o nível
dos oceanos. Isso seria resultante da fusão
do gelo do topo das montanhas, da fusão do
gelo que recobre as terras polares e também
da dilatação da água dos mares.
Uma elevação dos oceanos, ainda que
de 20 centímetros em média, já
seria suficiente para causar transtornos a cidades
litorâneas.
Esse fenômeno é chamado de efeito estufa
porque, nos países temperados, é comum
a utilização de estufas durante o inverno
para abrigar determinadas plantas, a estufa feita
de vidro ou plástico transparente tem a capacidade
de reter calor, mantendo a temperatura interna mais
elevada que a temperatura ambiente. Isso ocorre porque
a luz emitida pelo Sol, tanto no espectro visível
quanto no ultravioleta, consegue atravessar o vidro
e o plástico. O calor irradiado pelo solo,
no entanto, basicamente no espectro infravermelho,
não atravessa esses materiais, elevando, assim,
a temperatura no interior da estufa. Você já
parou para pensar que é uma incoerência
construir enormes prédios de vidro nos países
localizados na zona tropical do planeta, já
que eles recebem grande insolação o
ano inteiro? Essas enormes caixas de vidro funcionam
como gigantescas estufas, armazenando grande quantidade
de calor. Para torná-las habitáveis,
faz-se necessário dissipar esse calor excedente.
Assim, são necessários potentes sistemas
de ar-condicionado, que consomem enorme quantidade
de energia. E o pior é que, apesar de serem
de vidro transparente, a luz solar nem pode ser utilizada
como iluminação natural, devido às
várias divisórias internas e ao uso
de cortinas para minimizar o calor. Assim, a iluminação
artificial tem que ficar ligada o dia todo, colaborando
para maior consumo de energia, ao mesmo tempo, para
a elevação do calor interno, exigindo
mais do sistema de ar-condicionado, que por sua vez
gasta mais energia ainda. É o resultado de
importar padrões desenvolvidos para a zona
temperada do planeta.
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Destruição
da camada de ozônio
A destruição da Camada de Ozônio,
localizada na estratosfera, é um dos mais severos
problemas ambientais da nossa era, e durante algum tempo
foi muito citada na imprensa. Sua destruição
ainda que parcial, diminui a resistência natural
que oferece à passagem dos raios solares nocivos
à saúde de homens, animais e plantas,
os chamados raios ultravioletas. As conseqüências
mais citadas seriam o câncer de pele, problemas
oculares, diminuição da capacidade imunológica,
etc. O problema surgiu nos anos 30, quando algumas substâncias
foram produzidas artificialmente em laboratório,
principalmente para as aplicações em refrigeração.
Descobriu-se mais tarde que estas atacam a camada de
ozônio, com a tendência de reduzi-la globalmente,
e com um efeito devastador que acontece localmente na
Antártica, conhecido como o buraco de ozônio
da Antártica, aumentando assim a penetração
dos raios ultravioleta indesejáveis. Nos anos
80 iniciou-se uma verdadeira guerra para preservação
da camada de ozônio, e uma de suas maiores vitórias
foi a assinatura do Protocolo de Montreal, há
mais de 10 anos. Por este tratado, assinado em 1987
por vários países, todas as substâncias
conhecidas por CFC (clorofluorcarbonetos), responsáveis
pela destruição do ozônio, não
seriam mais produzidas em massa. O trabalho mundial
que se realiza para salvar a camada de ozônio
continua. Trata-se de uma verdadeira guerra, onde se
ganha batalha por batalha (e às vezes se perde
uma, como por exemplo a não assinatura do Protocolo
por alguns países). O grande problema é
que muitas das pequenas indústrias que produziam
e ainda produzem substâncias "proibidas"
não tem tido capacidade financeira de se adaptar
aos ditames do Protocolo de Montreal. A eliminação
total está prevista para 2010, e o nível
de 50% está previsto, numa etapa intermediária,
para 2005. A maior vitória nesta guerra foi conquistada
em 1987, quando a maioria dos países desenvolvidos
parou de fabricar os CFCs. Para não prejudicar
os países em desenvolvimento, foi lhes concedido
ainda um tempo adicional para se adaptar às novas
exigências. Assim é que, 84% da emissão
de CFCs já foi eliminada, uma conquista extraordinária.
A guerra, porém, ainda não está
ganha. A Índia e a China são hoje ainda
os maiores produtores e consumidores de CFCs. A redução
da camada de ozônio pode ser medida através
do tamanho do buraco de ozônio da Antártica.
Trata-se de uma região onde os efeitos destruidores
dos CFCs são aumentados, pelas condições
climáticas do Pólo Sul. Assim é
que estamos numa época em que o tamanho do buraco
é o maior já registrado. Apesar da vitória
alcançada em 87, os problemas ainda não
estão totalmente resolvidos para a camada de
ozônio, e o motivo é que não existe
ainda um substituto ideal para repor o CFC. Hoje utiliza-se
maciçamente substâncias conhecidas por
HCFC, isto é, um CFC melhorado ecologicamente,
mas que ainda tem em sua molécula um átomo
de cloro, que mais cedo ou mais tarde, vai também
atacar a camada de ozônio. Em outras palavras,
a situação está teoricamente melhor,
mas ainda não está resolvida. A guerra
não está ganha ainda. Não se pode
esquecer que a camada de ozônio reage muito lentamente
aos estímulos externos. O exemplo citado acima
ilustra bem o que se afirma. A partir de 87 foi quase
eliminada a emissão de novas quantidades de CFC
para a atmosfera, mas hoje ainda temos um buraco de
ozônio na Antártica que está próximo
ao seu tamanho máximo. Os cientistas dizem para
explicar isto que a camada tem constante de tempo muito
longa. A constante de tempo da camada de ozônio
é muito grande, isto é, ela só
vai reagir a um estímulo após dezenas
de anos. A prova é que, há mais de 13
anos após a principal vitória na eliminação
da emissão de CFCs, o buraco na camada de ozônio
ainda continua próximo ao seu máximo.
Em 1998 o tamanho do buraco de ozônio da Antártica
foi o maior já registrado, com 27 milhões
de quilômetros quadrados, ou seja, mais de 3 vezes
o tamanho do Brasil. Parece que estamos ainda muito
longe de um resultado realmente positivo no sentido
da recuperação da camada de ozônio,
não só na Antártica, mas também
em todo o mundo. O Brasil tem participado deste trabalho
de avaliação contínua da camada
de ozônio não só sobre o Brasil,
mas também na Antártica, onde manteve
em 1999 uma equipe na base Comandante Ferraz, para medir
a camada de ozônio usando balões de pesquisa.
Por tudo isto, continua o monitoramento da camada de
ozônio em todo o mundo, a partir da superfície
terrestre, de satélites, de aeronaves, usando
as técnicas mais diversas. Não podemos
esquecer que a guerra ainda levará muitos anos,
até que finalmente, poderemos de fato não
mais nos preocupar com radiação ultravioleta
danosa aos seres vivos, quando a camada de ozônio
estiver recuperada. |
Inversão
térmica
Fenômeno meteorológico que ocorre principalmente
em metrópoles e principal centros urbanos. As
radiações solares aquecem o solo e o calor
que fica retido no mesmo irradia-se, aquecendo as camadas
mais baixas da, atmosfera.
Essas camadas, já que estão quentes, ficam
menos densas e tendem a subir, formando correntes de
convecção do ar. Os poluentes, já
que mais quentes que o ar (portanto, menos densos),
sobem e irão dispersar-se nas camadas mais altas
da atmosfera.
Esse é o fenômeno normal. Mas quando duas
massas de ar diferentes, o ar quente passa sobre o ar
frio, ficando assim acima dele. Por ser mais denso,
o ar frio que ficou embaixo não sobe e o ar quente
que ficou em cima do frio não desce, por ser
menos denso. Na interseção do ar quente
e frio, forma-se uma capa que não deixa que os
gases poluentes e tóxicos passem para as camadas
mais altas da atmosfera. |
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A
isso dá-se o nome de Inversão Térmica.
Assim, esses gases dispersam-se na atmosfera, criando
uma névoa sobre a cidade ou município.
Essa névoa é composta de gases tóxicos
e poluentes, que são prejudiciais à saúde.
Ocorre
geralmente nos dias frios do inverno, onde a formação
de frentes frias é maior. Quando há deslocamento
horizontal dos ventos, a camada de ar frio é
carregada e o ar quente desce, assim acabando com a
inversão térmica.
Os problemas de saúde causados pela inversão
térmica são, entre outros: pneumonia,
bronquite, enfisemas, agravamento das doenças
cardíacas, mal-estares, irritação
nos olhos.
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Ilhas
de Calor
Uma cidade pode ter vários picos de temperatura
espalhados pela mancha urbana, caracterizando assim
várias ilhas de calor. Uma região fortemente
edificada e industrializada como o eixo da marginal
Tietê apresenta picos de temperatura mais elevados
do que a região do Morumbi, ainda com bastante
áreas verdes. As cidades apresentam temperaturas
médias maiores do que as zonas rurais de mesma
latitude. Dentro delas, as temperaturas aumentam das
periferias em direção ao centro. Em casos
extremos, a diferença de temperatura entre as
zonas periféricas e o centro pode atingir até
10ºC. Esse fenômeno, resulta de muitas alterações
humanas sobre o meio ambiente.
O
uso de grande quantidade de combustíveis fósseis
em aquecedores, automóveis e indústrias
transforma a cidade em uma fonte inesgotável
de calor.
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Os
materiais usados na construção, como
o asfalto e o concreto, servem de refletores para
o calor produzido na cidade e para o calor solar.
De dia, os edifícios funcionam como um labirinto
de reflexão nas camadas mais altas de ar aquecido.
À noite a poluição do ar impede
a dispersão de calor. As áreas centrais
de uma cidade concentram a mais alta densidade de
construções, bem como atividades emissoras
de poluentes. A massa de ar quente carregada de material
particulado que se forma sobre essas áreas
tende a subir até se resfriar. Quando se resfria,
retorna a superfície, dando origem a intensos
nevoeiros na periferia da mancha urbana. Daí,
volta à região central. É um
verdadeiro círculo vicioso de fuligem e poeira.
Apesar de todo esse calor, as grandes cidades recebem
em média menos radiação solar
do que as áreas rurais. É que a poeira
suspensa no ar absorve e reflete a radiação
antes que ela atinja a superfície. Entretanto,
a produção de calor e a conversão
do calor latente realizadas pelas construções
urbanas mais do que compensam essa perda. As áreas
metropolitanas costumam apresentar vários "picos"
de temperatura. As atividades que causam esse efeito
podem estar concentradas em várias regiões
do tecido urbano, que funcionariam como o "centro".
Bairros fabris pouco arborizados tendem a ser mais
quentes que bairros residenciais de luxo, com baixa
densidade de construção e muitas áreas
verdes. Mas quais são as conseqüências
desse leve aumento das temperaturas? Quais são
as conseqüências do surgimento desses microclimas
urbanos? A elevação da temperatura nessas
áreas centrais da mancha urbana facilita ascensão
do ar, quando não há inversão
térmica, formando uma zona de baixa pressão.
Isso faz com que, os ventos soprem, pelo menos durante
o dia, para essa região central, levando muitas
vezes, maiores quantidades de poluentes. Assim, sobre
a zona central da mancha urbana forma-se uma "cúpula"
de ar pesadamente poluído. No caso de São
Paulo, os ventos que sopram de zonas industriais periféricas
cidades do ABC, Osasco, Guarulhos, etc. rumo as zonas
centrais da metrópole concentram ainda maiores
quantidades de poluentes. Quando se chega à
cidade, pode-se ver nitidamente uma "cúpula"
acinzentada recobrindo-a (smog fotoquímico).
Uma das formas de evitar a formação
dessas ilhas de calor é a manutenção
de áreas verdes nos centros urbanos, pois a
vegetação altera os índices de
reflexão do calor e favorece a manutenção
da umidade relativa do ar.
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Chuva
ácida
A queima de carvão e de combustíveis fósseis
e os poluentes industriais lançam dióxido
de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses
gases combinam-se com o hidrogênio presente na
atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado
são as chuvas ácidas. As águas
da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam
carregadas de ácido sulfúrico ou ácido
nítrico. Ao caírem na superfície,
alteram a composição química do
solo e das águas, atingem as cadeias alimentares,
destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas,
monumentos e edificações. Inicialmente,
é preciso lembrar que a água da chuva
já é naturalmente ácida. Devido
à uma pequena quantidade de dióxido de
carbono (CO2) dissolvido na atmosfera, a chuva torna-se
ligeiramente ácida, atingindo um pH próximo
a 5,6. Ela adquire assim um efeito corrosivo para a
maioria dos metais, para o calcário e outras
substâncias. |
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Quando
não é natural, a chuva ácida é
provocada principalmente por fábricas e carros
que queimam combustíveis fósseis, como
o carvão e o petróleo. Desta poluição
um pouco se precipita, depositando-se sobre o solo,
árvores, monumentos, etc. Outra parte circula
na atmosfera e se mistura com o vapor de água.
Passa então a existir o risco da chuva ácida.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35%
dos ecossistemas europeus já estão seriamente
alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e
da Holanda estão destruídas pela acidez
da chuva.
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Na
costa do Atlântico Norte, a água do mar
está entre 10% e 30% mais ácida que
nos últimos vinte anos.
Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são
responsáveis por quase 65% do dióxido
de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos
Montes Apalaches também está alterado:
tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas
vizinhas, de menor altitude, e cem vezes maior que
a das regiões onde não há esse
tipo de poluição.
Monumentos históricos também estão
sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas;
o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia;
as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia,
na Alemanha. Em Cubatão, São Paulo,
as chuvas ácidas contribuem para a destruição
da Mata Atlântica e desabamentos de encostas.
A usina termoelétrica de Candiota, em Bagé,
no Rio Grande do Sul, provoca a formação
de chuvas ácidas no Uruguai. Outro efeito das
chuvas ácidas é a formação
de cavernas.
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Aquecimento
Global
O Aquecimento global é um fenômeno climático
de larga extensão—um aumento da temperatura
média superficial global que vem acontecendo
nos últimos 150 anos. Entretanto, o significado
deste aumento de temperatura ainda é objecto
de muitos debates entre os cientistas. Causas naturais
ou antropogênicas (provocadas pelo homem) têm
sido propostas para explicar o fenômeno.
Grande parte da comunidade científica acredita
que o aumento de concentração de poluentes
antropogênicos na atmosfera é causa do
efeito estufa. A Terra recebe radiação
emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o
espaço através de radiação
de calor. |
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Os
poluentes atmosféricos estão retendo
uma parte dessa radiação que seria refletida
para o espaço, em condições normais.
Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento
global.
A principal evidência do aquecimento global
vem das medidas de temperatura de estações
metereológicas em todo o globo desde 1860.
Os dados com a correção dos efeitos
de "ilhas urbanas" mostra que o aumento
médio da temperatura foi de 0.6+-0.2 C durante
o século XX. Os maiores aumentos foram em dois
períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000. (fonte
IPCC).
Evidências secundárias são obtidas
através da observação das variações
da cobertura de neve das montanhas e de áreas
geladas, do aumento do nível global dos mares,
do aumento das precipitações, da cobertura
de nuvens, do El Niño e outros eventos extremos
de mau tempo durante o século XX.
Por exemplo, dados de satélite mostram uma
diminuição de 10% na área que
é coberta por neve desde os anos 60. A área
da cobertura de gelo no hemisfério norte na
primavera e verão também diminuiu em
cerca de 10% a 15% desde 1950 e houve retração
das montanhas geladas em regiões não
polares durante todo o século XX.(Fonte: IPCC).
Causas
Mudanças climáticas ocorrem devido a
factores internos e externos. Factores internos são
aqueles associados à complexidade derivada
do facto dos sistemas climáticos serem sistemas
caóticos não lineares. Fatores externos
podem ser naturais ou antropogênicos.
O principal factor externo natural é a variabilidade
da radiação solar, que depende dos ciclos
solares e do facto de que a temperatura interna do
sol vem aumentando. Fatores antropogênicos são
aqueles da influência humana levando ao efeito
estufa, o principal dos quais é a emissão
de sulfatos que sobem até a estratosfera causando
depleção da camada de ozônio (fonte:IPCC)
Cientistas concordam que factores internos e externos
naturais podem ocasionar mudanças climáticas
significativas. No último milénio dois
importantes períodos de variação
de temperatura ocorreram: um período quente
conhecido como Período Medieval Quente e um
frio conhecido como Pequena Idade do Gelo. A variação
de temperatura desses períodos tem magnitude
similar ao do atual aquecimento e acredita-se terem
sido causados por fatores internos e externos somente.
A Pequena Idade do Gelo é atribuída
à redução da atividade solar
e alguns cientistas concordam que o aquecimento terrestre
observado desde 1860 é uma reversão
natural da Pequena Idade do Gelo ( Fonte: The Skeptical
Environmentalist).
Entretanto grandes quantidades de gases tem sido emitidos
para a atmosfera desde que começou a revolução
industrial, a partir de 1750 as emissões de
dióxido de carbono aumentaram 31%, metano 151%,
óxido de nitrogênio 17% e ozônio
troposférico 36% (Fonte IPCC).
A maior parte destes gases são produzidos pela
queima de combustíveis fósseis. Os cientistas
pensam que a redução das áreas
de florestas tropicais tem contribuído, assim
como as florestas antigas, para o aumento do carbono.
No entanto florestas novas nos Estados Unidos e na
Rússia contribuem para absorver dióxido
de carbono e desde 1990 a quantidade de carbono absorvido
é maior que a quantidade liberada no desflorestamento.
Nem todo dióxido de carbono emitido para a
atmosfera se acumula nela, metade é absorvido
pelos mares e florestas.
A real importância de cada causa proposta pode
somente ser estabelecida pela quantificação
exacta de cada factor envolvido. Factores internos
e externos podem ser quantificados pela análise
de simulações baseadas nos melhores
modelos climáticos.
A influência de fatores externos pode ser comparada
usando conceitos de força radiotiva. Uma força
radiotiva positiva esquenta o planeta e uma negativa
o esfria. Emissões antropogênicas de
gases, depleção do ozônio estratosférico
e radiação solar tem força radioativa
positiva e aerosóis tem o seu uso como força
radiotiva negativa.(fonte IPCC).
Modelos
climáticos
Simulações climáticas mostram
que o aquecimento ocorrido de 1910 até 1945
podem ser explicado somente por forças internas
e naturais (variação da radiação
solar) mas o aquecimento ocorrido de 1976 a 2000 necessita
da emissão de gases antropogênicos causadores
do efeito estufa para ser explicado. A maioria da
comunidade científica está actualmente
convencida de que uma proporção significativa
do aquecimento global observado é causado pela
emissão de gases causadores do efeito estufa
emitidos pela actividade humana. (Fonte IPC)
Esta conclusão depende da exactidão
dos modelos usados e da estimativa correcta dos factores
externos. A maioria dos cientistas concorda que importantes
características climáticas estejam sendo
incorrectamente incorporadas nos modelos climáticos,
mas eles também pensam que modelos melhores
não mudariam a conclusão. (Source: IPCC)
Os críticos dizem que há falhas nos
modelos e que factores externos não levados
em consideração poderiam alterar as
conclusões acima. Os críticos dizem
que simulações climáticas são
incapazes de modelar os efeitos resfriadores das partículas,
ajustar a retroalimentação do vapor
de água e levar em conta o papel das nuvens.
Críticos também mostram que o Sol pode
ter uma maior cota de responsabilidade no aquecimento
global actualmente observado do que o aceite pela
maioria da comunidade científica. Alguns efeitos
solares indirectos podem ser muito importantes e não
são levados em conta pelos modelos. Assim,
a parte do aquecimento global causado pela acção
humana poderia ser menor do que se pensa actualmente.
(Fonte: The Skeptical Environmentalist)
Efeitos
Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde
humana, economia e meio ambiente o aquecimento global
tem sido fonte de grande preocupação.
Algumas importantes mudanças ambientais tem
sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global.
Os exemplos de evidências secundárias
citadas abaixo (diminuição da cobertura
de gelo, aumento do nível do mar, mudanças
dos padrões climáticos) são exemplos
das consequências do aquecimento global que
podem influenciar não somente as actividades
humanas mas também os ecosistemas. Aumento
da temperatura global permite que um ecosistema mude;
algumas espécies podem ser forçadas
a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção)
devido a mudanças nas condições
enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros
ecossistemas.
Entretanto, o aquecimento global também pode
ter efeitos positivos, uma vez que aumentos de temperaturas
e aumento de concentrações de CO2 podem
aprimorar a produtividade do ecosistema. Observações
de satélites mostram que a produtividade do
hemisfério Norte aumentou desde 1982. Por outro
lado é fato de que o total da quantidade de
biomassa produzida não é necessáriamente
muito boa, uma vez que a biodiversidade pode no silêncio
diminuir ainda mais um pequeno número de espécie
que esteja florescendo.
Uma outra causa grande preocupação é
o aumento do nível do mar. O nível dos
mares está aumentando em 0.01 a 0.02 metros
por década e em alguns países insulares
no Oceano Pacífico são expressivamente
preocupantes, porque cedo eles estarão debaixo
de água. O aquecimento global provoca subida
dos mares principalmente por causa da expansão
térmica da água dos oceanos, mas alguns
cientistas estão preocupados que no futuro,
a camada de gelo polar e os glaciares derretam. Em
consequência haverá aumento do nível,
em muitos metros. No momento, os cientistas não
esperam um maior derretimento nos próximos
100 anos. (Fontes: IPCC para os dados e as publicações
da grande imprensa para as percepções
gerais de que as mudanças climáticas).
Como o clima fica mais quente, a evaporação
aumenta. Isto provoca pesados aguaceiros e mais erosão.
Muitas pessoas pensam que isto poderá causar
resultados mais extremos no clima como progressivo
aquecimento global.
O aquecimento global também pode apresentar
efeitos menos óbvios. A Corrente do Atlântico
Norte,por exemplo, provocada por diferenças
entre a temperatura entre os mares. Aparentemente
ela está diminuindo conforme as médias
da temperatura global aumentam, isso significa que
áreas como a Escandinávia e a Inglaterra
que são aquecidas pela corrente devem apresentar
climas mais frios a despeito do aumento do calor global.
Painel
Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima
(IPCC)
Como este é um tema de grande importância,
os govenos precisam de previsões de tendências
futuras das mudanças globais de forma que possam
tomar decisões políticas que evitem
impactos indesejáveis. O aquecimento global
está sendo estudado pelo Intergovernmental
Panel on Climate Change (IPCC). O último relatório
do IPCC faz algumas previsões a respeito das
mudanças climáticas. Tais previsões
são a base para os actuais debates políticos
e científicos.
As previsões do IPCC baseiam-se nos mesmos
modelos utilizados para estabelecer a importância
de diferentes factores no aquecimento global. Tais
modelos alimentam-se dos dados sobre emissões
antropogênicas dos gases causadores de efeito
estufa e de aerosóis, gerados a partir de 35
cenários distintos, que variam entre pessimistas
e optimistas. As previsões do aquecimento global
dependem do tipo de cenário levado em consideração,
nenhum dos quais leva em consideração
qualquer medida para evitar o aquecimento global.
O último relatório do IPCC projecta
um aumento médio de temperatura superficial
do planeta entre 1,4 e 5,8º C entre 1990 a 2100.
O nível do mar deve subir de 0,1 a 0,9 metros
nesse mesmo período.
Apesar das previsões do IPCC serem consideradas
as melhores disponíveis, elas são o
centro de uma grande controvérsia científica.
O IPCC admite a necessidade do desenvolvimento de
melhores modelos analíticos e compreensão
científica dos fenômenos climáticos,
assim como a existência de incertezas no campo.
Críticos apontam para o facto de que os dados
disponíveis não são suficientes
para determinar a importância real dos gases
causadores do efeito estufa nas mudanças climáticas.
A sensibilidade do clima aos gases estufa estaria
sendo sobrestimada enquanto fatores externos subestimados.
Por outro lado, o IPCC não atribui qualquer
probabilidade aos cenários em que suas previsões
são baseadas. Segundo os críticos isso
leva a distorções dos resultados finais,
pois os cenários que predizem maiores impactos
seriam menos passíveis de concretização
por contradizerem as bases do racionalismo económico.
Convenção-Quadro
Sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo
de Kioto
Mesmo havendo dúvidas sobre sua importância
e causas, o aquecimento global é percebido
pelo grande público e por diversos líderes
políticos como uma ameaça potencial.
Por se tratar de um cenário semelhante ao da
tragédia dos comuns, apenas acordos internacionais
seriam capazes de propôr uma política
de redução nas emissões de gases
estufa que, de outra forma, os países evitariam
implementar de forma unilateral. Do Protocolo de Kioto
a Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas foram
ratificadas por todos os países industrializados
que concordaram em reduzir suas emissões abaixo
do nível registrado em 1990. Ficou acertado
que os países em desenvolvimento ficariam isentos
do acordo. Contudo, President Bush, presidente dos
os Estados Unidos — país responsável
por cerca de um terço das emissões mundiais,
decidiu manter o seu país fora do acordo. Essa
decisão provocou uma acalorada controvérsia
ao redor do mundo, com profundas ramificações
políticas e ideológicas.
Para avaliar a eficácia do Protocolo de Kioto,
é necessário comparar o aquecimento
global com e sem o acordo. Diversos autores independentes
concordam que o impacto do protocolo no fenômeno
é pequeno (uma redução de 0,15
num aquecimento de 2ºC em 2100). Mesmo alguns
defensores de Kioto concordam que seu impacto é
reduzido, mas o vêem como um primeiro passo
com mais significado político que prático,
para futuras reduções. No momento, é
necessária uma analise feita pelo IPCC para
resolver essa questão.
O Protocolo de Kioto também pode ser avaliado
comparando-se ganhos e custos. Diferentes análises
econômicas mostram que o Protocolo de Kioto
pode ser mais dispendioso do que o aquecimento global
que procura evitar. Contudo, os defensores da proposta
argumentam que enquanto os cortes iniciais dos gases
estufa têm pouco impacto, eles criam um precedente
para cortes maiores no futuro.
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Estudo
de Impacto Ambiental (EIA)
É um instrumento constitucional da Política
Ambiental um dos elementos do processo de avaliação
de impacto ambiental. Trata-se da execução,
por equipe multidisciplinar, das tarefas técnicas
e científicas destinadas a analisar, sistematicamente,
as consequências da implantação
de um projeto no meio ambiente, por métodos de
AIA e técnicas de previsão dos impactos
ambientais. O estudo de impacto ambiental desenvolverá
no mínimo as seguintes atividades técnicas:
1- Diagnóstico ambiental da área de influência
do projeto: completa descrição e análise
dos recursos ambientais e suas interações,
tal como existem, de modo a caracterizar a situação
ambiental da área, antes da implantação
do projeto, considerando:
Meio físicoO subsolo, as águas, o ar e
o clima, destacando os recursos minerais, a topografia,
os tipos e aptidões do solo, os corpos de água,
o regime hidrológico, as correntes marinhas,
as correntes atmosféricas.
Meio biológicoOs ecossistemas naturais - a fauna
e a flora - destacando as espécies indicadoras
da qualidade ambiental, de valor científico e
econômico, raras e ameaçadas de extinção
e as áreas de preservação permanente.
Meio sócio-econômicoO uso e ocupação
do solo, os usos da água e a sócio-economia,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos,
históricos e culturais da comunidade, as relações
de dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e o potencial de utilização
desses recursos.
2 - Descrição do projeto e suas alternativas
3 - Etapas de planejamento, construção,
operação
4 - Delimitação e diagnóstico ambiental
da área de influência: definir os limites
da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos,denominada área de influência
do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza.
5 - Identificação, medição
e valorização dos impactos: identificar
a magnitude e interpretação da importância
dos prováveis impactos relevantes, discriminando
os impactos positivos e negativos (benéficos
e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médios
e longos prazos, temporários e permanentes, seu
grau de reversibilidade, suas propriedades cumulativas
e sinérgicas, distribuição de ônus
e benefícios sociais.
6 - Identificação das medidas mitigadoras:
aquelas capazes de diminuir o impacto negativo, sendo,
portanto, importante que tenham caráter preventivo
e ocorram na fase de planejamento da atividade.
7 - Programa de monitoramento dos impactos
8 - Preparação do Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA) |
Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA)
Documento que apresenta os resultados dos estudos
técnicos e científicos de avaliação
de impacto ambiental. Constitui um documento do processo
de avaliação de impacto ambiental e
deve esclarecer todos os elementos da proposta em
estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados
pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições
envolvidas na tomada de decisão.
O
relatório refletirá as conclusões
do estudo de impacto ambiental:
a. Objetivos e justificativas do projeto
b. A descrição do projeto e suas alternativas
tecnológicas e locacionais, especificando para
cada um deles, nas fases de construção
e operação a área de influência,
as matérias-primas e mão-de-obra, as
fontes de energia, os processos e técnicas
operacionais, os prováveis efluentes, emissões,
resíduos de energia, os empregos diretos e
indiretos a serem gerados
c. A síntese dos resultados dos estudos de
diagnósticos ambiental da área de influência
do projeto
d. A descrição dos prováveis
impactos ambientais da implantação e
operação da atividade, considerando
o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo
de incidência dos impactos e indicando os métodos,
técnicas e critérios adotados para sua
identificação, quantificação
e interpretação
e. A caracterização da qualidade ambiental
futura da área de influência, comparando-as
f. Diferentes situações da adoção
dos projetos e suas alternativas, bem como a hipótese
de sua não realização
g. A descrição do efeito esperado das
medidas mitigadoras previstas em relação
aos impactos negativos, mencionando aqueles que não
puderem ser evitados e o grau de alteração
esperado
h. O programa de acompanhamento e monitoramento dos
impactos
i. Recomendação quanto à alternativa
mais favorável (Conclusões)
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Plano
de Controle Ambiental (PCA)
O Plano de Controle Ambiental reúne, em programas
específicos, todas as ações e medidas
minimizadoras, compensatórias e potencializadoras
aos impactos ambientais prognosticados pelo Estudo de
Impacto Ambiental - EIA. A sua efetivação
se dá por equipe multidisciplinar composta por
profissionais das diferentes áreas de abrangência,
conforme as medidas a serem implementadas. |
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